sábado, 30 de julho de 2011

Soneto para Carolina

Tens a pele da minha pele;
Tens os desejos dos meus desejos;
Sabes dos teus receios;
Sabes do meu peito imbele

És para mim a "máquina celeste";
És o veneno do meu veneno;
És o amor que não se mede;
És a moça de olhos amenos.

Tuas figuras me encantam
Somos destinados a vida toda,
Assim como os versos que se completam.

Sabes aquela montanha menina?
É lá que espero me deitar
E olhar teus olhos, Carolina.



Gabriel Castelar


http://gabrielcastelar.blogspot.com/

Eternos


Não irei a lugar algum 
sem levar-te comigo
Não cantarei nenhuma melodia 
sem cantar-te primeiro
Não ouvirei outros risos 
sem que seu sorriso invada meus ouvidos
Não contarei histórias que não falem de ti
A marca que imprimistes em mim está tatuada na alma
Eternos nos fizemos, eternos nós seremos

Van 

Os Homens Invisíveis...


Não tenho casa,
Não tenho comida boa,
Não tenho água limpa,
Não tenho roupas boas,
Não tenho cobertor em noites frias,
Não tenho vida,
Não sou ninguém,
Se pedir ajuda mandam eu ir trabalhar, mais afinal, quem me da um emprego?
Sou como um nômade, a cada lugar que passo se torna um moradia, uma rua, uma praça até mesmo um beco, esquento-me com um pedaço de papelão, como o que você joga no lixo às vezes a sobra, às vezes estragados, azedo, doce ou salgado.

Ao qualquer lugar que passo observo tudo com clareza (não preciso de internet),
No banco da praça consigo dormi (não preciso de cama fofinha ou hotel de luxo)
O frio da rua mata meu calor (dispenso o ar condicionado), 
Comida do lixo já vem pronta (dispenso fogão).
Sinto frio, calor, sinto fome, sinto desejos, sinto medo, sou feliz, sou triste, tenho momentos bons e tenho momentos ruins, tenho sentimentos. Tenho uma religião, tenho uma classe social, tenho uma cor, e agora sociedade? Aceita-me?

Autoria: JuniorPoltergeist.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

UM AMOR EM TRÊS CAPÍTULOS - Vida 3

Nasceram de novo, a última chance para esse amor, agora o ano é 2010. Ela, Ana Carolina, loira, olhos azuis, alta, magra, elegante, cheia de idéias e extremamente sensível. Filha de uma família de classe média, estuda Jornalismo, é tão confiante e acredita mesmo que o mundo ainda tem jeito.

Ele, Marcos, moreno, olhos verdes, bonito, inteligente, naturalmente espontâneo. Escolheu a profissão de Veterinário, ativista do GreenPeace, um pouco calado, confia mais nos animais do que nas pessoas.

Seus caminhos se cruzam hoje, ele distraído, com pressa, não observou que o carro na sua frente havia freado e bateu em sua traseira. Um barulho tão forte, para uma batidinha, mas foi assim. Ela surgiu, extremamente nervosa, com sua calça jeans apertada, seu decote insinuante, gesticulando enquanto dizia que a culpa era dele. O que ele pode fazer, a não ser concordar com tudo que ele não ouvira, porque só prestava atenção nela, no quanto era linda e toda aquela energia. Começou a rir, ela também. Resolveram parar e tomar um suco para abreviar o calor da discussão. Falaram durante horas, sobre muitas coisas e, de repente ele confiara numa estranha.

Trocaram celulares, o seguro pagou o prejuízo, dias depois ela ligou, disse que o carro ficara ótimo e o convidou para jantar. Conversaram sobre tantas coisas, ela falou do seu blog, ele a persuadiu a escrever sobre maus tratos de animais. Formaram uma ótima dupla, tinham tanta afinidade, a conversa era tão fácil e riam sempre quando estavam juntos.

Os encontros foram acontecendo cada vez com mais frequência, e quando viram estavam aos beijos em pleno restaurante. Saíram dali, mal conseguiram chegar no apartamento dele, as roupas jogadas pelo chão, os gemidos, o prazer que sentiram estando um no outro, sem pressa, entregues ao desejo e, o carinho com que se olharam depois, adormeceram abraçados.

Foi tão intenso que não se largaram mais. Ele dedicado aos animais, trabalhava muitas horas por dia, ela, terminando a faculdade, engajada em muitos projetos, escrevendo seu primeiro livro, mesmo assim tinham tempo um para o outro.

Não havia espaço para ciúmes, nem competição, não eram necessárias cobranças e nada de medir palavras. Eles se entendiam, quando discordavam conversavam, às vezes irritados brigavam, e depois um deles pedia desculpas e pronto.

De repente podiam contar um com o outro, tinham amigos, viajavam muito, umas vezes o roteiro era dele, outras dela, amavam caminhar na praia sentindo a maresia, e subiam a serra no inverno, aninhavam-se a beira da lareira ao som de bossa-nova bebendo vinho, era mais que sexo, uma entrega total, era simplesmente o que chamavam amor.

Sintonia perfeita, porque os dois queriam a mesma coisa, estarem apenas juntos, sem cobranças, sem planos, enquanto o tempo os permitisse.

Foi assim, até o dia em que ela partiu, seu coração simplesmente parou e naquela manhã não acordou. Ele chorou, e chorou muito e por muito tempo, até que um dia percebeu que era feliz pelo amor que tinha vivido, então apenas recomeçou.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

DESEJOS


Peça torneada em argila creme. Queimei em baixa temperatura, 980 graus.
DESEJOS



Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

Carlos Drummond de Andrade

Com carinho,

Ma Ferreira

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Me dou...










O vento a ninar
A cantiga a valsear
Eu pulo e me carregas
Sem soluçar, te aconchego,
Em teus braços me abraço!


Vai e volta
Lenta estrada solta
Vento que veleja
Aves de lamento e peleja!


São sílabas de amor!
Que surgem em seu louvor!
Ao que acomete seu ego com fervor!






Catia Bosso  (Que não é a Ma)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Da fragilidade


O ser humano é paradoxal. Tão forte, tão capaz, possui um cerébro dotado de capacidades ainda não desvendadas pela ciência. Mas também é tão frágil, que uma picada de um inseto de 1 centímetro é capaz de destruir esse organismo complexo..

Isto nos leva a refletir sobre a brevidade da vida, sobre a brevidade dos momentos e do tempo que temos para nos aperfeiçoarmos enquanto seres humanos. É incrível, mas de um minuto para o outro tudo muda, somos arrastados pelas ondas da dor, do medo, da enfermidade. Em um segundo, já não somos quem éramos, já não temos o que tínhamos. E, assim, necessitamos refletir sobre nossos atos, nossos pensamentos e nosso estar no mundo.

Todos os dias presenciamos cenas que nos dão o alerta. Seja no âmbito doméstico, no âmbito profissional ou social, sempre há algo que quer nos mostrar o quanto somos frágeis, que estamos por aqui de passagem, só de passagem.

A vida por aqui é um fio, um grão, um gota... É efêmera, devemos, pois, estarmos atentos para os acontecimentos diários que insistem em nos ensinar a lição da consciência.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A imagem fala mais


Hoje, só vou tecer um comentário a respeito desta foto. Fiquei tão deslumbrada com a imagem que acho ela pode falar mais do que eu. 
Tirei esta foto no dia 10 de janeiro de 2011, no domingo que abria a semana da catástrofe que assolou minha cidade. Em visita à casa da minha tia, em sua cidadezinha pequena - que costumamos chamar de roça-, deparei-me com este ninho de passarinhos, coleiros, fato que me surpreendeu, pois ele não estava localizado em uma árvore, mas em uma planta que ultrapassava um metro de altura.
Tal planta estava na varanda da casa, no que chamaríamos área de serviço, a fim de que os filhotes não fossem comidos pelos cachorros ou incomodados pelas crianças, minha tia colocou o vaso da plantinha em cima de um pequeno muro. 
Surpreendi-me ainda mais ao ver que a família de aves não se sentiam incomodados com a presença de humanos, mesmo com os desconhecidos como eu, e nem com a minha câmera. Vejam que lindo o espetáculo da natureza!


Caros colegas colabores, quero pedir desculpas por ter postado raros comentários aqui neste blog, mas estou um tanto atarefada nos últimos meses. Muitas vezes leio os textos, mas nem faço comentários. Saibam que tenho lido ótimas postagens, continuem assim.

sábado, 23 de julho de 2011

N'ALMA


Os olhos pequenos expressam o que vai n'alma
Pude notar uma lágrima na sua face direita
Toquei nela com delicadeza
Tentando disfarçar
Que vi ali nosso grande tormento
De querer em vão
Eternizar tamanha beleza
Quando penso em nós dois
Me invade uma doce saudade
Coisa boa é sentir
Que apesar do mundo inteiro
Há sempre um lugar para onde fugir
Fugir para dentro de ti...

Ondas de outubro

Nas ondas da noite de outubro
encontrei-a a seis palmos da terra
chorando devagar um choro mudo
Sem pensar tomei-a depressa

O teu choro doce chorava-me
na carne dos ombros silentes
O teu beijo ardido beijava-me
na carne dos meus lábios rentes

Na pressa da pressa da lua
quis ser o sol da eternidade,
quis tocar os astros da vida tua

Assim foi, assim se foi
com teus olhos de olhares nus
A perder de vista as ondas de outubro.


Gabriel Castelar


http://gabrielcastelar.blogspot.com/

Fogo e àgua


 Há um fogo em mim
Labareda queimando o pranto
Calor derretendo a ira
Brasas assando o desalento
 
Nesta combustão, sobram as cinzas 
da natureza que foi purificada
 
Há um rio em mim
Correnteza espalhando ânimo
Alimento fertilizando a fé
Frescor matando a sede de afeto
 
Neste desaguar, multiplicam-se os brotos 
da natureza que foi semeada


Van

sexta-feira, 22 de julho de 2011

UM AMOR EM TRÊS CAPÍTULOS - Vida 2

O ano agora é 1955, ele, Pedro, um rapaz de posses, moreno, alto, bonito, com sérios problemas com o pai, que o obrigou a escolher a profissão de advogado, dizendo que não pagaria faculdade para o filho ser médico de cachorro. Ela, Cecília, uma jovem bonita, alta, magra, pele branca, olhos e cabelos castanhos, filha de um casal em crise, o pai alcólatra e a mãe desequilibrada.
Ele namorava a amiga dela e ela o amigo dele, às vezes se encontravam, mas eram apenas conhecidos. Os namoros terminaram e num baile no clube da cidade, ele a tirou para dançar. Ela recusou, dizendo que a música era agitada demais, ele a desafiou, dizendo que ela era muito certinha e que já chegara a hora de se desligar de vez do ex-namorado. O que ele não sabia é que ela não gostava de ser desafiada, então aceitou dançar com ele e, depois daquela noite foram muitos bailes juntos.
Engraçado que logo depois, ela fugiu dele na praça onde os jovens se reuniam naquela época. Falara para as amigas que não gostara de tê-lo beijado no baile, mas ele a encontrou e convenceu-lhe a dar outros beijos e, foram muitos beijos soltos, sem compromisso. Quando se encontravam o coração dos dois batia tão acelerado, quando ele a erguia em seus braços, os lábios se encontravam, o baton vermelho borrava as bocas, os risos eram tão simples.
Assim ficaram durante muito tempo, até que um dia Cecília, disse que queria namorar, senão, não ficariam mais aos beijos. Foi decisivo para ele, dançaram a noite toda, extremamente encantados e no intervalo, ela cantou uma música olhando nos olhos dele, todos em volta notaram. Assim era ela, transparente naquilo que sentia, quando feliz ou triste, zangada ou calma, satisfeita ou irritada, tudo saltava-lhe os olhos. Ele o inverso, sempre sombrio, distante, calado, era com muita dificuldade que ela o fazia falar de seus sentimentos.
Terminaram muitas vezes e muitas vezes reataram, sempre porque ele tinha bebido demais, esquecido algum encontro ou brigavam sem motivo mesmo. Ele sempre a procurava e pedia desculpas, os amigos intervinham dizendo o quanto ele estava arrasado. Uma vez num Carnaval, ela conheceu outro rapaz, brincaram todos os dias juntos, e ele na frente ameaçando arrumar uma confusão. Depois no penúltimo dia, ele também namorou outra moça. Ficaram um de frente para o outro. No dia seguinte, o inesperado aconteceu, no final do baile, quando a banda saiu pela rua para finalizar o Carnaval, os dois se olharam e aos beijos reataram mais uma vez.
Era assim que a paixão acontecia para eles, sempre repleta de desassossego e confusões. Um dia chegou bêbado na missa pelo um ano de falecimento de um parente dela, estava cambaleando, ela o tirou de dentro da igreja e ele disse coisas horríveis. Assim terminaram, dessa vez por muito tempo.
Estavam um ano separados, quando num baile ele se aproximou, a tomou em seus braços e disse que precisava dela mais do que qualquer coisa, ela o abraçou e disse que aquilo era paixão. Foi uma noite linda, de muitos beijos e confissões apaixonadas. No dia seguinte a revelação: ele tinha uma namorada!
Ela jamais o perdoou, nunca sequer olhou novamente para ele, seu nome era proibido e numa tarde de verão, chegou o convite do enlace dele com aquela moça, quatro anos depois. Ela achou que isso não havia lhe atingido e simplesmente esqueceu.
Teve alguns namorados, escolheu um deles para entregar sua virgindade, para aquela época muito importante, vários anos mais tarde, teve muito prazer, quis entregar a alma, mas não foi amor. Costumava dizer que, nessa vida teve amor sem sexo e sexo sem amor, e que imaginava como teria sido ter ambos. Era feliz, bem-humorada, inteligente e muito sagaz. Viveu cercada de amigos, festejava qualquer coisa, fez muitas viagens e nunca parou de buscar o amor. Quando morreu, deixou uma lembrança boa naqueles que conviveram com ela.
Ele viveu uma vida sisuda, tornou-se tudo o que não era, ou pelo menos o que não queria ser. Sempre acompanhado apenas pela família, teve poucos amigos, não frequentava festas e pouco sorria. Muitas vezes quando ouvia uma música, ou lia um livro, ou mesmo quando olhava para o céu numa noite de muitas estrelas, lembrava-se dela, e pensava no quanto poderia ter sido diferente. Partiu da vida como viveu, em silêncio.
Morreram ambos no ano de 1985. Não se sabe se foi amor, mas durante muito tempo um passeou no pensamento do outro, como uma velha lembrança boa, sempre com a indagação de como poderia ter sido, mas simplesmente não aconteceu.

Mim inspiro...


Para escrever não uso apenas a cante e o papel, penso em você a cada instante, e cada lembrança que vem em minha cabeça através da caneta jogo no papel, em cada pensamento vem um sentimento, a tua beleza, o teu jeito, o brilho de teu olhar, cada detalhe não posso esquecer-me de nada.

Minha inspiração vem de tudo, tudo que passamos juntos, cada felicidade, cada carinho, cada troca de olhar, eu te via passar e não conseguia me segurar, dava aquela vontade louca de correr pros teus braços, sentir o teu amasso, sentir o teu beijo teus braços a me aperta, ah isso me leva ao delírio, lembrar de tudo que passamos antes me excita.

Com boas lembranças em mente, continuo a escrever, qualquer palavra, por mais simples que seja se torna uma grande frase se for sobre você, uma musica por pior ritmo que seja, se torna uma linda canção quando lembramos de nós, um olhar...ah um olhar se torna um grande brilho quando vem em minha direção.

Às vezes até eu mesmo me perco nos meus pensamentos, em minha lembrança, em você, venho a me procurar, procuro-me em cada lugar onde poderia me esconder, mais não me encontro, e torno a ler o que havia escrito, e dou-me conta que não iria me achar, já que estava com você, eu me perdi em você.

Quando estamos juntos seguro-me a dizer: Estamos sozinhos agora, nenhum suspiro, o único barulho é o do relógio, contos os segundos a esperar de você quebrar o silêncio então fale-me algo. E eu procuro palavras que descrevam como estou me sentindo, me sinto inspirado torno-me a escrever a adormeço ao teu lado. Estou finalmente acordando e dando um retoque em minha historia, e é isso que você ganha ao ver sua vida em olhos de outra pessoa.

Autoria: JuniorPoltergeist.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

HAKUNA MATATA

Peça torneada, em argila terracota. Queimei em alta temperatura 1.200 graus.



"UMA CANÇÃO REPOUSA EM TODAS AS COISAS QUE DORMEM SEM PARAR E O MUNDO SE PREPARA PARA CANTAR, SE VOCÊ DESCOBRIR A PALAVRA MÁGICA.

Joseph Freiherr Von Eichendorff

Por Ma Ferreira

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mulher Vivendo...Mulher Sorrindo!!!






Aprendi que nessa vida a gente chora...Chora no momento da dor, na 
 superação dela e também na alegria.
 Chora-se para ter filho, chora-se para criá-lo, chora-se ao entregá-lo em matrimônio, chora-se ao perdê-lo para o mundo...
 Uma coisa que aprendi também, e guardei no meu mais precioso baú de ensinamentos, é que uma mulher deve sorrir mesmo que derramando lágrimas de sangue, e com certeza, este será seu mais belo e significativo sorriso.
 Aprendi entre erros e acertos que SORRIR É BEM MELHOR!
 Se é para chorar, que seja um choro acompanhado de um sorriso!
 Fazer da vida um sorriso, é coisa para vitoriosos...
 Seja qual for seu estilo ''sorrisal'', mostre-o.
Sorriso maroto,
 Sorriso colgate,
Sorriso certeiro,
 Sorriso atraente,
Sorriso achocolatado,
 Sorriso de mel,
Sorriso travesso,
 Sorriso empolgante, cativante, apaixonante,
Sorriso alforriado
 Sorriso ''apertadinho''

   Seja da vida um sorriso...

A alma feminina agradece!








Catia Bosso 
(Feliz Dia do Amigo!)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ferimentos

O que um ser humano deve fazer quando seus sentimentos mais nobres são ultrajados, quando sua alma é cruelmente ferida? Diz a psicologia e algumas vertentes religiosoas que nós é que permitimos tal ferimento. Discordo, pois, geralmente, não estamos esperando uma agressão, ou melhor, nunca estamos esperando. Se estivéssemos, colocaríamos uma armadura nas nossas emoções para nos protegermos.

A lança que atinge o nosso ser e o fere vem quando menos esperamos e, muitas vezes, de onde menos esperamos. Depois do golpe, a tristeza, a incompreensão, o sofrimento. Depois do golpe, os questionamentos, pois não conseguimos compreender o sentido da agressão.Sentimos a inquietação do nosso ser por um bom tempo.

Mas tudo passa e fica o ensinamento. Refletimos e concluímos que tal acontecimento, tal ferimento foi , na verdade, um bem disfarçado, livrou-nos de algo ruim , cruel que atravessaria nosso caminho no futuro.

O ferimento de hoje pode ser o remédio do amanhã.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Não quero pensar em nada

Não, hoje não quero pensar em nada.
Que há problemas no mundo, eu sei
E Camões e tantos outros poetas também sabiam.
Entretanto, o dia está lindo e não quero perturbar-me.
Escrever, escrever, escrever...
Talvez, isso seja uma boa ideia,
Porém não quero estragar a poesia deste amanhecer.
Parece que tenho preguiça. Um momento, por favor!
Preguiça?! Claro que não!
Tenho admiração e vontade de agradecer.
Dizer obrigada ao Criador, por ter me mostrado
Este dia ensolarado, uma manhã de inverno,
Nem fria nem quente, mas bela.
Como o heterônimo de Fernando Pessoa,
Quero ter o primeiro olhar.
É por isso que, só por hoje,
Não desejo ver os problemas.
Refletir sobre eles? Não.  São muitos.
Por alguns instantes, prefiro a luz do sol àquela do discernimento.
Já disse, não quero pensar em nada...

Aline

sábado, 16 de julho de 2011

FROM THIS MOMENT ON

Deste momento em diante
Posso dizer
Que pude sentir
A centelha do verdadeiro amor,
Amor tão nobre
Que prefere a solidão sentida
A magoar o ser amado...
Anjo protetor
Com as asas quebradas
Por tamanha dor,
Feliz daquele que amou
Mesmo um amor complicado...
Não há nada de errado
Em sentir esse sentimento
Que machuca e desampara,
Mas o amor é assim
E dizem os poetas
Que pra ser amor
Tem que doer a beça...

Apenas sinta...



Sinto que estou te perdendo aos poucos, e sinceramente não sei o que fazer, sinto que você não tem mais nenhum sentimento, seu coração endureceu, está mais duro do que uma rocha, por favor apenas escute-me.

Lembre-se de tudo que passamos juntos, lembre desde o começo, sinta-se como na primeira vez, eu juro, juro que faço tudo pra te ter de volta, lembre-se de quando eu segurança sua mão forte e te levava pra passear, de quando eu sentava ao teu lado e juntos víamos o sol se por e a lua nascer, de quando eu secava tuas lagrimas e ti fazia sorrir ao te ver chorar.

Sinto que ainda posso trazê-la pra mim, sinto que sou o único que posso amolecer seu coração, sinto que no fundo no fundo minha voz ainda te deixa cada mais feliz, e sinto que seu coração ainda bate forte, sinal que ainda me amas.

Eu duvido que quando escuta aquela nossa canção não sinta um aperto forte no coração, a saudades faz questão de me lembrar que eu não sei quando você pode voltar, mais sinto você ainda vai se abrir pra mim, ainda ouço a sua voz a dizer que me ama, ainda sinto seus sussurros em meus ouvidos, ainda sinto o seu cheiro, ainda sinto a força de nosso amor envolvendo seu coração, não fale nada agora apenas sinta.
Você é meu vicio,
Você é o que sinto,
Você é o que eu vivo,
Você é o meu ar,
Você é minha, você é minha.

Autoria: JuniorPoltergeist.

Sentir


Delicado é o sentir
Abstrato, imaterial
Contrasta a força
do construir
Algo vivo e tão real

Nesse campo intocável
Vê-se nítido sem retina
Sem o tato é tão palpável
Se intenso nos alucina

Universo imenso e denso
Em cada um como lhe é propenso
Uns o têm todo exposto
Outros o escondem não por gosto

Sinto muito o sentimento
Sinto tanto e sem tormento
Sinto até quando não sinto
Este enorme encantamento

Van

Soneto da vontade abraçá-la

Abaixa devagar tua face
e a vejo passar por mim mórbida.
Tu não mereces tempo sórdido,
mereces que por ti calem.

Sabes que para mim és única: vênus
Que meus versos são todos teus
E que se há algum deslize apenas
É pra não cortar cego o peito meu

Pela eternidade que nos espera
estarei no mesmo estado de versos
que indefere do seu sentir, apenas venera

E em um dia que seja digno
Erguerá sua face reluzindo teus olhos
Abracará teu Signo como o único.




Peço desculpas pela ausência nas postagens, estava de férias em Minas. Vejam meu blog http://gabrielcastelar.blogspot.com

sexta-feira, 15 de julho de 2011

UM AMOR EM TRÊS CAPÍTULOS - Vida 1

O ano de 1896 iniciara-se, o mundo ainda não sabia que migrava para a agitação do século XX. Ela, Maria Cândida, uma mulher a frente de seu tempo, bonita, elegante, filha bastarda de um aristocrata, adotada desde cedo pela madrasta, tirada de sua mãe, a quem nunca conheceu de fato. Rebelara-se e impunha sua forma expressiva de agir, que por vezes constrangia a família, discussões febris com os pais e irmãos eram uma constância em seu cotidiano. Ele, Afonso, um rapaz de origem humilde, estudou com auxílio de bolsas e ainda buscava reconhecimento na profissão que escolhera, médico, quando a Medicina dava seus primeiros passos.

Conheceram-se num baile elegante, na virada do ano, ela chamava a atenção em seu vestido vermelho. Era tão diferente das moças habituais, bebia champagne rodeada de rapazes que lhe satisfaziam as vontades. Ele aproximou-se e seus olhos jamais esqueceram o brilho do olhar que o enfeitiçou naquele momento. Ela rindo notou sua presença, por um pequenino instante seu olhar foi dele apenas. Depois voltou às risadas e a bebida, mas ele tomou coragem e a convidou para dançar. Não esperava, mas ela aceitou seu convite. Seus corpos flutuavam ao som da música e trocaram informações úteis, que o permitiram reencontrá-la.

Dias se passaram até que ele a convidasse para um café na Confeitaria Colombo, típico local onde a elite se encontrava, para o aconchego do cair da tarde. Conversaram animadamente, ela era tão crítica, falava sobre si e tinha opinião formada sobre tudo. Novos encontros aconteceram e um dia ela perguntou quando ele a levaria à sua casa, para que pudesse olhar os livros dos quais sempre comentavam.

O que aconteceu naquele dia, foi para ele o momento perfeito. O ambiente era sóbrio, o quarto era conjugado com a sala, uma cama, uma escrivaninha repleta de livros, uma cadeira ao fundo e as cortinas encobriam os últimos raios de Sol. Ela aproximou-se e um beijo sem pudor iniciou a cena de roupas retiradas às pressas, do toque suave dos seios no peito nu, as mãos percorrendo cada parte dos corpos, e a entrega da virgindade deixada nas marcas vermelhas do lençol.

Muitos encontros aconteceram até o momento em que ela no mesmo quarto, na mesma cama, depois de todo prazer que desfrutaram comunicou-lhe o noivado com um rapaz que conhecera antes dele e que estava em outro país terminando os estudos. O choque foi fatal, uma discussão intensa sobre motivos e apelações insanas, encerraram o caso para ela, mas que para ele era bem mais que isso, era amor.

O casamento aconteceu no ano de 1896, no mês de maio e reuniu a mais alta sociedade local. O primeiro dos desastres amorosos, o caso descoberto por ela, já acontecia há dois anos, ele mantinha uma amante desde antes do enlace e assim o casamento acabou.

Casou-se mais duas vezes, e sempre o mesmo final trágico. O último relacionamento findou quando ela tinha 35 anos, o que para a época já era idade de senhora, e a moça, a amante, tinha apenas 18 anos e estava grávida, foi uma tragédia, para uma mulher que tantas vezes tentara engravidar sem sucesso. O fracasso havia se estampado em sua face, deprimida, seis meses depois perdera o pai.

Ele levava uma vida plena, médico sanitarista, no início do século, tantas obrigações e as mazelas humanas saltitavam a sua volta. Clinicava em tantos lugares, e seu trabalho era sua vida. O Dr. Afonso era excepcional e todos sempre se perguntavam o porquê dele nunca ter se casado. Ele sabiamente respondia que o trabalho o absorvera tanto que não havia sobrado tempo.

Ficou perplexo, quando soube que Maria Cândida se despedira da vida, no dia em que completou 36 anos, com um veneno tomado numa linda taça. Mesmo assim aquele amor nunca se dissipou e ele quando faleceu aos 65 anos, ainda guardava na escrivaninha antiga, uma foto envelhecida dos dois amantes, numa tarde de fim de verão, foi sua última visão antes de cair no sono profundo da morte.