quarta-feira, 1 de junho de 2011

AMOR

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Esta peça foi feita no torno, queimada em baixa temperatura, 980 graus.



Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.


Clarice Lispector

Escritora brasileira de origem ucraniana e família de tradição judaica. Chegou ainda recém-nascida ao Brasil e fez do país o seu lar e do português seu canal mais íntimo de expressão. Começa a escrever estórias ainda muito jovem, demonstrando espírito aguçado e inquieto. Estuda no Rio de Janeiro e forma-se em Direito, casando-se em seguida com um jovem diplomata com quem vive por muitos anos no exterior: Itália, Suíça, Inglaterra e Estados Unidos. Trabalha como redatora, jornalista e cronista em diversas publicações brasileiras. Depois de 15 anos de casamento, divorcia-se e passa a morar no Rio de Janeiro. Escreve para o Correio da Manhã, para a Revista Senhor e para o Diário da Noite. De 1967 a 1973 escreve crônicas semanais para o Jornal do Brasil. Também faz entrevistas para a Revista Manchete, entre outros trabalhos. Ainda recém-formada, lança seu primeiro livro, "Perto do Coração Selvagem", e inaugura a partir de então toda uma trajetória ímpar na Literatura Brasileira, com sua escritura particular despojada de preocupações descritivas e ambientações exteriores, mas repleta de exploração interior, de buscas humanas e espirituais, de embate com o indizível.
Fonte:http://www.silvanaabreu.com/id-clarice.htm

Com carinho,

Ma Ferreira

26 comentários:

Meire Oliveira disse...

Mazinha,sou até suspeita para dizer que vc arrasou na escolha, pois a peça é linda e eu já sou sua fã, e Clarice é uma das maiores (pra num falar a maior) paixões literárias que tenho. Ela consegue ir no fundo do profundo do meu ser rsrs
Arre, sabe que tem horas que fico sem palavras aí eu parto pro abraço tbm!! rsrs
Vc é uma fofa!!! :) Parabéns pelo trabalho, to aprendendo sobre cerâmica por sua "culpa" !
Tenha uma linda quarta, bjo bem grande com todo meu carinho!!!!

Débora Andrade disse...

Aprendi que quando nos conhecem e não nos amam, conhecendo a face deseperada de nós, menos ainda poderão amar-nos. É, devo confessar, eu já mendiguei o amor, praticamente pedi que me amasse por pena da dor que eu sentia. Situação deplorável. Hoje me envergonho. Jamais pensei que amaria alguém a ponto de não conseguir me enxergar sem ele, literalmente. Eu precisava das conversas ao telefone, das saídas ao shopping, ao parque, eu precisava do consolo, do ombro amigo, dos beijos que calavam o meu choro, muitas vezes. Mas me tornei tão dependente disso tudo, que nem me dei conta que estava deixando de me amar, que havia me perdido de mim. Eu quis impor que o amor dele voltasse, que ele vasculhasse os seus sentimentos para que encontrasse dentro de si o sentimento outrora tão vivo. Pra quê? Quando alguém chega ao ponto de te dizer que não te ama, pra quê insistir? Pra quê mendigar? Dói mais. Só que eu não sabia. Eu pensei que ele iria dizer: "Oh, você estava certa. Eu achei aquele amor; é que ele estava perdido, escondido no meio da bagunça que estava dentro de mim.", mas não foi bem assim, e doeu mais, doeu mais porque ninguém respeita, hoje em dia, os mendigos. Ninguém lhes olha como gente, ninguém lhes quer por perto. Eu me permiti chegar a esse estágio, e como me arrependi. Amargamente. Eu realmente amei a quem me amou mal, nunca senti a plenitude do amor, nem quando estávamos juntos e aparentemende bem, mas depois, ainda pior, nem amada era. Nossa, como esse adjetivo é visto como pejorativo, mas é tão fiel ao que muitas vezes passamos: Mal amada! É, fui mal amada sim. Mas isso não me fez menos capaz de amar. Pelo contrário, tenho sede de amor. De ser amada. Fui mal amada por ele, fui bem amada por outros, como diz naquele texto que muitos conhecem como de autoria do Chaplin, mas que na verdade, é do Augusto Branco (pseudônimo): "Amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei". Já passei pelas três situações. É para que de tudo saibamos um pouco, para que aprendamos. Amadureçamos, cresçamos. Hoje entendo muito do que antes chorava sem entender. "É a vida, é bonita e é bonita ♪", tanto quanto tudo o que escreves, tudo o que reúnes e conosco partilha.
Grazie. Per tutto.

Baci,
Débora.

Jacque disse...

Linda postagem e Poema...


Beijo

MA FERREIRA disse...

Meire.... Bacana que tenha gostado. Eu admiro muito a Clarice Lispector. Exemplo de mulher de personalidade!!
Obrigada por me prestigiar viu, Bnitinha?
Bj e um ótimo dia!
Ma

MA FERREIRA disse...

Débora ATENA em forma de gente. Com 17 anos, vc ja
muito aprendeu e tem muito a aprender pela vida.
Muitos amores ainda surgirão. Mas as decepções serão esquecidas, não as guarde m seu coração, a mais prejudicada será vc. Procure esquecer..saia com suas amigas, va ao cinema. O amor que vc quer, vai te encontrar..porque vc é o proprio amor.
A sua sensibilidade te faz sofrer. Mas nada como um dia após o outro.
Voce sairá dessa mais sábia. E verá que o outro também tem suas escolhas.
Um grande beijo, continue sendo esta menina meiga e inteligente que vc é..
Se pergunte: O que este fato, veio me ensinar?
Vc terá a resposta que aliviaré seu coração.
Se cuida,
com carinho,
Ma

MA FERREIRA disse...

Jacque..que bom que gostou. Adorei a poesia que vc postou em seu blog.
Bj
Ma

Evanir disse...

Linda Amiga..
Sua postagem esta realmente linda
e prazerosa de se ler.
Nunca conquistamos nada nessa vida por imposição
correto seu direito de pensar .
Um amor tem que nascer sem imposição na verdade
grandes amores nasce de um unico olhar.
Um lindo Dia beijos minha querida...Evanir.

MA FERREIRA disse...

Evanir..é sempre uma alegria recebe-la.
Um beijo..dia de paz!!
Ma

Valéria disse...

Oi Ma!
Amei o post! Linda peça! Sou suspeita para falar em Clarice, sou apaixonada por tudo que ela escreve. Iniciei meu blog com um poema de dela.
Realmente o amor nasce espontâneamente, é uma química que se não acontece o melhor remédio é esquecer.
Gosto muito de suas visitas!
Beijão!

Jasanf disse...

Ma, adorei a peca... onde me encontro o teclado nao tem cedilha nem acento... Horrivel isso! Adorei a fusao do texto da clarice lispector com a sua obra de arte.

Ana Carolina disse...

Querida Ma,

linda peça e linda poesia.
Você compos lindamento este quadro.

Um beijo,
Carol

MA FERREIRA disse...

Jasanf.. Sei bem o que é teclado que a gente não sabe como colocar acento..no da minha filha eu não sei e ela não me ensina..rs
Obrigada pela visita e comentário.
Que bom que apareceu!
Un bj
Ma

MA FERREIRA disse...

Valéria..eu também gosto muito de ter vc por perto. Clarice é tudo de bom!

Um beijo..obrigada por me prestigiar neste espaço tb!
bj
Ma

MA FERREIRA disse...

Carol..que bom que veio e gostou. Volte!
bj
Ma

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Ma
Obrigado pela visita ao meu blog e pelo comentário. Quando puder volte, vou gostar muito.
Bjux

Catia Bosso disse...

Amei a peça. Amei o texto de Clarice. Amei principalmente a sua colocação entre ambos...

A sua arte é linda, combina com sua aura....

bjs cor de rosa pra ti

Catita

MA FERREIRA disse...

Oi Vanderlei..vou voltar sim...obrigada pela visita!
bj
Ma

MA FERREIRA disse...

Catia.. obrigada amiga, feliz que gostou!
Bjkas
Ma

Jeferson Cardoso disse...

Ma, o amor é lindo e, com essa linda peça e Clarice, fora deliciosamente representado aqui, nesta postagem. Parabéns, querida Ma! E abraço do amigo, Jefhcardoso.
Abraço também a todos da casa Tessitura Poética!

MA FERREIRA disse...

Jefh.. bacana que vc veio.
Obrigada por me prestigiar..
beijo..
Ma

Penélope disse...

Ma, me faltam palavras para descrever as sensações entre a peça e as palavras postadas.
Você está dando um show em cada postagem sua...
PARABÉNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!
Grande abraço

MA FERREIRA disse...

Ai que bom..quero sempre fazer o melhor que posso..
Um beijo minha querida..e obrigada por me seguir..neste meu cantinho!!
Ma

Rosivar Marra Leite Snches disse...

Tudo que precisava hoje,era fazer-me esse carinho de "nada mais a fazer". Maravilhosa peça e sábias palavras.
Bjao

MA FERREIRA disse...

Querida..então faça..
Um grande beijo a vc!
Ma

Unknown disse...

Linda a sua obra e o texto!! Combinaram muito bem e transmitiram a sua mensagem: realmente, nada se pode fazer quando damos tudo de nós mesmos e nada recebemos em troca!

Catiaho Reflexod'Alma disse...

Ola!
Adorei seu texto.
E Clarice é meu mito, meu modelo.
Que bom ler tão belas palavras suas por aqui.
Aparece no blog Espelhnado Espelhando Amigos, e paga o selo que tem pra amigos como voce.
http://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com/2011/05/de-volta-casa-parte-iii.html
Bjins entre sonhos e delírios